Qualidade de vida

Você é uma criatura de rótulos?

Você é uma criatura de rótulos?

Entenda porque não se deve rotular as pessoas e nem deixar que o rótulo seja atribuído a você

O rótulo atribuído a uma pessoa, em forma de apelido depreciativo ou em forma de preconceito, é uma das coisas mais nocivas para o ser humano. Se as pessoas em geral tivessem a mínima noção do impacto provocado pelos rótulos, na sua maioria negativos, elas seriam mais cuidadosas na transmissão da mensagem e, portanto, menos prejudiciais ao desenvolvimento alheio.

Você já notou que algumas atitudes isoladas tendem a ser reforçadas a partir de um comentário negativo ou pejorativo? Suponha que num determinado momento você se recusou a ajudar um colega de trabalho pelo fato de estar muito atarefado e de não poder ajudá-lo naquele momento. Por conta da pressão vivida naquele instante, você o fez de maneira um pouco mais ríspida e isso foi tomado como grosseria.

Naquele mesmo instante, o interlocutor saiu dali chocado e foi direto para a mesa do colega vizinho: - fulano é cara difícil, mas que mala. Ao mesmo tempo, o outro retruca: esquenta não, ele é assim mesmo.

A partir desse momento, a tendência é de que você seja rotulado como uma pessoa difícil, um verdadeiro mala. Por conta de situações semelhantes, porém ocorridas em momentos diferentes, o evento ganha dimensão e velocidade impressionantes, difícil de serem revertidas e, acredite, para ganhar o rótulo de mala é uma questão de minutos.

O ser humano é, por natureza, preconceituoso e possui uma tendência natural ao prejulgamento, aliado à sua incapacidade de absorver ou de se livrar do rótulo, a importância que você atribui ao fato determina a sequência dos acontecimentos futuros.

Questões para pensar: um simples evento, ainda que tenha ocorrido outras vezes, faz de você uma pessoa difícil? Será que a única coisa que eu consigo lembrar de você, a partir desse fato, é que você é um mala? Um simples deslize, cometido em determinado momento de tensão, faz de você uma pessoa difícil? Ser uma pessoa mala é a única coisa que você consegue ser?

De acordo com Randhy Di Stéfano, referência em Coaching no Brasil, pessoas rotuladas como “defeituosas” ou “difíceis” utilizam “estórias” saturadas de problemas para justificar a personalidade com base nos eventos ocorridos ao longo da vida.

De fato, as pessoas se apegam em “estórias”, positivas ou negativas, para se posicionarem ou explicarem “quem elas são”. São mecanismos de defesa utilizados para defender o seu território. É quase uma questão de sobrevivência.

Na prática, o que significa isso? O ser humano é fruto das suas estórias dominantes, ou seja, do condicionamento, das experiências negativas, dos modelos mentais e dos rótulos criados por outras pessoas em relação aos eventos em que ele viveu um momento de insatisfação ou infelicidade.

De maneira geral, as pessoas são bloqueadas pelo processo dominante saturado de problemas e rótulos. Exemplos: 1) minha mãe repetia tanto que eu era burro na hora de fazer a lição da escola que eu passei a pensar que não seria capaz de realizar nada na vida; 2) sou gordinho não consigo deixar de comer doces porque minha avó fazia bolo todos os dias para a gente comer de manhã e à tarde. 3) sou igualzinho à minha mãe, eu falo na cara, não quero nem saber.

Onde está o problema? No fato de você se apegar a um único evento ocorrido no passado e, por força de inúmeras circunstâncias alheias à sua vontade, tomar o evento como verdade absoluta. Quando isso acontece e você não faz nada para reverter a situação, acaba refém da estória dominante para o resto da vida e se acostuma.

Assim, torna-se mais fácil reclamar do que mudar, adotar a zona de conforto, colocar a culpa nos outros e deixar tudo como está. Talvez seja mais cômodo continuar rotulando o colega de mala ou acreditar no que o seu vizinho infeliz afirmou há muito tempo atrás: - você não vai ser nada na vida.

Independentemente da sua idade, estudos comprovam que até os vinte e quatro anos de idade o ser humano já experimentou todas as sensações possíveis. O que muda são os fatos, mas as sensações já foram testadas. Significa dizer que todos já fomos violentos, educados, maldosos, delicados, malandros, fofoqueiros, felizes e infelizes em algum momento. Lembre-se sempre da natureza humana, competitiva e influenciável.

Considerando que você já experimentou todas as sensações e, portanto, tem todas as histórias, significa que você tem jeito pra tudo. Você pode ser o que quiser, pensar o que quiser, mudar o que quiser desde que haja boa vontade e não faça para os outros o que não gostaria que fizessem a você.

Portanto, cada vez que você estiver com vontade de rotular alguém ou for rotulado em alguma questão que coloque em xeque a sua capacidade de realização, pergunte a si mesmo: que estória é essa? Qual é a autoridade dessa pessoa? O que ela já fez ou deixou de fazer para rotular a minha forma de ser? Que sou eu para rotular os outros?

Você não consegue mudar o rótulo se não buscar ajuda e não tiver noção das qualidades ou características necessárias para cada papel que você representa na sociedade. Mudar de papel dói, mas não mudar o papel dói para o resto da vida. É como quebrar um hábito. Quanto mais você reforça a sua condição de pobreza, de injustiçado ou de coitadinho, mais você se aproxima dela.

A sua “estória” não é a estória plantada pelos outros. Livre-se dos rótulos e analise profundamente em que tipo de pessoa você precisa se transformar para alcançar o seu objetivo e construir a sua própria história. Como diz o próprio Rhandy, “quanto menos adaptado ao seu papel, maior o impacto negativo que você causa nas outras pessoas”.

Por fim, pare de desperdiçar energia vital rotulando os outros e fazendo com as pessoas se sintam mal. O que você ganha com isso? Existe tanta coisa boa para se fazer no mundo, uma dela é investir energia positiva em você.

Pense nisso e seja bem mais feliz!

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