Motivação, superação e atitude

Melhor que a encomenda

Um dia desses, fui dar uma palestra para uma convenção de vendas. Era um grupo de 100 representantes de vendas que estavam reunidos num maravilhoso hotel no litoral do nordeste já há alguns dias. Eu cheguei para fazer o encerramento do evento.

Como ocorre com freqüência, sou chamada para deixar o pessoal em êxtase e supermotivado. A temática do evento era Agilidade, Produtividade e Inovação, um assunto que tenho total liberdade para atuar. O momento da palestra é a hora em que os organizadores estão com mais adrenalina, pois o evento, superplanejado com muito trabalho, tem de dar certo. E o momento é do palestrante, ele pode arruinar ou transcender a convenção. Então, como já estou acostumada, vieram três pessoas da empresa, responsáveis pelo evento e alertaram-me:

- Leila, por favor, cuidado com o presidente. Ele é uma pessoa toda certinha, está com um sapato cinza, com a camiseta do evento, tem o cabelo bem cortado e usa óculos. Ele estará sentado na primeira fileira do seu lado direito. Não brinque com ele, pois o pessoal de vendas, você conhece, são pessoas arrojadas, extrovertidas e irreverentes, mas o nosso presidente não. Ele é mais careta, não se mistura, é uma pessoa fechada e extremamente certinha.

- Nossa, mas ele é dono da empresa, ou parente do dono? Ele trouxe algum resultado para a empresa? – eu perguntei.

- Não, ele não é dono ou parente do dono. Foi contratado há dois anos, e com a vinda dele, superamos nossas metas em 2003 e em 2004 – disse-me, uma das moças. Ele tem sido um verdadeiro sucesso para empresa, porém, possui esse detalhe: é o careta! – concluiu ela aos risos.

A palestra começou. Para quem não conhece meu trabalho, já entro com muitas plumas, brincando com todos, dançando, cantando... Confesso que me preocupei em saber quem era o presidente, porém, no meio de 101 homens, todos vestidos iguais, como eu iria encontrar aquele que vestia um sapato cinza, com a camiseta do evento, que tinha o cabelo bem cortado e usava óculos? Então, pensei comigo mesma, teria de apelar para a minha paranormalidade, e olha que às vezes ela falha!

A palestra ocorria com seu desenvolvimento normal, mas como todo palestrante ou professor sabe, às vezes observamos que nosso público não está totalmente à vontade, ele precisa se soltar mais, estar mais participativo, mais alegre. Sendo assim, comecei a contar a minha experiência de ter saído numa Escola de Samba, em que faço uma analogia dos destaques da Escola com o trabalho em equipe dentro das empresas: pois na escola de Samba, todos são destaques, desde a pessoa que empurra os carros alegóricos até os destaques em cima dos carros; e nas empresas, assim deveria ser também. Todos devem ser destaques, devem lutar para conquistar o mesmo objetivo, independentemente de quais profissões ocupam. Aí, para complementar, perguntei:

- Aqui temos representantes de vendas de todo Brasil, são profissionais ousados e arrojados. São pessoas para cima, irreverentes... Quem de vocês já saiu numa escola de samba?

Nesta empresa que não ficava no Rio de Janeiro, pensei que apenas pouquíssimas pessoas levantariam as mãos. Porém, uma única pessoa levantou a mão. E esta pessoa estava sentada na primeira fileira, a minha direita, e tinha um sapato cinza, vestia a camiseta do evento, com o cabelo bem cortado e usava óculos. Fiquei pasma.

- Você é o presidente????? – indaguei.

Todo o público caiu na risada, pois sim, aquele era o presidente. Então continuei:

- Com todo respeito Sr. Presidente, mas me disseram que eu não deveria brincar com você, que você era uma pessoa careta, fechada, certinha, e justo o Sr. sai numa escola de Samba? Pelo visto os caretas são os outros que estão sentados aí! Qual escola você saiu?

- Saí na Mangueira, e vestido de baiana!

O público veio abaixo depois desse episódio. Era riso para tudo quanto era lado. Ninguém acreditava no que acabava de ouvir. Encomendaram-me uma palestra, mas minha passagem por esta empresa saiu melhor que a recomendação.
Atribuo isso a uma palavra chamada sincronicidade.

Precisou esse fato acontecer, para que toda a equipe descobrisse que o presidente era como os demais, uma pessoa simples, ousada e irreverente como todos os outros. Teve gente que até veio me agradecer por isto: “Nossa Leila, o presidente sempre foi um de nós, e nunca me dei conta! Obrigado!”, disse-me um dos vendedores após o evento.

Saiba que fatos assim acontecem a todo o momento. Faça sua parte. Se entregue, esteja inteiro, presente, não se economize. Pois, nada nesta vida se conquista sozinho, e também não temos o controle de todas as coisas. As muitas respostas que você sempre busca, pode estar bem aí, diante dos seus olhos. Basta desejar enxergar.

Pense nisso!

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