O livro das férias e as promessas de verão

Como está indo a realização dessas promessas? Elas não dependem de forças sobrenaturais, pois foram feitas a você mesmo.

Agora que já se passaram várias semanas da entrada do ano, proponho uma reflexão antes que 2002 fique perto de terminar. Este pode ser um bom momento, porque ainda não estão distantes na memória aqueles planos e resoluções que fizemos enquanto víamos os fogos festejando renovadas esperanças.

São tantas as promessas que as pessoas costumam fazer a si mesmas… trabalhar com menos estresse e mais objetividade, ser mais gentil com a mulher, dar mais atenção ao filho, dirigir mais devagar, colocar todos os seguros em dia, fazer ginástica, ler bons livros…

Como está indo a realização dessas promessas? Elas não dependem de forças sobrenaturais, pois foram feitas a você mesmo. Dependem da vontade, que geralmente precisa ser reforçada, conforme a importância da meta, por boas porções de entusiasmo, determinação e disciplina. Esses recursos estão dentro de cada um, mas nem parece, pois infelizmente a maioria das resoluções de reveillon não chega ao carnaval. Quando muito, algumas resistem até a semana santa.

As semanas do ano, nesse caso, são como os capítulos dos livros que as pessoas costumam levar para ler nas férias. Muitos gostam de escolher um livro bem interessante para ler. De preferência, que tenha uma capa bem bonita. Ah, e que seja encorpado, com mais de 300 páginas. Gosto de observar estas pessoas em seus primeiros dias de férias, acomodando-se com o livro na cadeira de praia ou na borda da piscina, de vez em quando bebericando seu drink preferido. Alguns dias depois, quando passo perto de alguns desses livros, já misturados na areia ou respingados de água, observo que o marcador de páginas continua no começo. Nunca vi um desses livros de férias com o marcador nos capítulos finais.

No final das minhas férias deste ano, encontrei uma hóspede fechando sua conta no hall do hotel, com uma certa irritação pela taxa das ligações telefônicas. Uma irritação compreensível, pensei, provavelmente em função dos telefonemas da filha adolescente para o namoradinho que ficou na cidade. Ela segurava com uma das mãos a bolsa, evitando pendurar a alça nos ombros cobertos de Hipoglós. Na outra mão carregava um livro, com o marcador de páginas mais ou menos pelo meio.

Solidário com a hóspede, pois também tenho filhos adolescentes que não desgrudam do telefone, eu lhe perguntei:

“Vai terminar em casa a leitura do livro?”

E ela disse:

“Não sei, acho que este vai para a mesma estante dos outros, que sobraram dos verões passados e que nunca terminei de ler.”

* * *

Livros e promessas de ano novo… como fazer para não ficarem esquecidos na estante? Quanto aos livros, nessas ocasiões sempre prefiro os finos, leves e divertidos. Se possível um daqueles que fazem sentido em qualquer página que a gente abra. Tento escrever os meus com essa característica, para que sejam lidos com facilidade. Há alguns anos, li um livro desse tipo, que nunca mais esqueci. Nessa leitura aprendi, por exemplo, que o mundo é cheio de pessoas com iniciativas, mas que são poucas as pessoas “acabativas”. E fui tratando de aprender na prática a me tornar um realizador, concretizando de fato os projetos que idealizo.

Na leitura dos livros e nas atividades em geral, não se deve abrir muitas frentes. Focalize mais, faça um ajuste fino. Tem gente que age em tantas frentes que muitas vezes não consegue levar nenhuma a sério, não consegue terminar nada ou quase nada do que inicia.

Se você estiver, por exemplo, numa dessas convenções com várias palestras em um só dia, escolha uma delas para guardar na memória e seguir em sua vida. Focalize mais seus interesses, suas metas. Assim será mais viável alcançá-las.

Esse conselho também vale para quem faz inúmeras resoluções de final de ano e com o passar das semanas vai esquecendo, esquecendo… esqueceu. É muito melhor fazer uma só promessa. Não tente corrigir seus defeitos de uma só vez. Proponha-se a mudar um só defeito. Pois na verdade a gente não tem mais do que três ou quatro defeitos: os outros são decorrências desses três ou quatro principais. Se mudarmos um ponto aqui, vão sumindo à nossa frente inúmeras pedras do caminho – aqueles problemas que eram meras conseqüências do defeito que decidimos largar.

Assim, vamos aproveitar bem este ano que ainda está no primeiro tempo. Bola no chão, vamos armar os lances com tranqüilidade, jogar com espírito de equipe, avançar com ousadia e chutar certeiramente em gol!

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