Confiança e Trabalho em Equipe

O trabalho em equipe é reconhecido como um poderoso instrumento para o ganho de performance das organizações. Por conta disso, ultimamente, muito se tem falado sobre como formar equipes produtivas. como tornar mais fluída a comunicação entre as pessoas, como favorecer a integração no ambiente de trabalho e etc. Pouco se fala, porém, de um aspecto fundamental para a eficiência das equipes: a confiança.

Warren Bennis, da Universidade do Sul da Califórnia, definiu certa vez a confiança como "o lubrificante que torna possível o funcionamento das organizações". Nessa metáfora, está implícita a idéia de que a confiança reduz os atritos entre as pessoas, azeitando os relacionamentos humanos. Realmente, quando os membros de uma equipe confiam uns nos outros, há maior disposição em cooperar, compartilhar conhecimentos e comprometer-se com os resultados almejados. Não é à toa que as mais avançadas teorias de gestão consideram a confiança um elemento-chave capaz de proporcionar a integração, a fluidez e a flexibilidade de que as empresas precisam para sobreviver no mundo globalizado.

Se não parece difícil assimilar a idéia de que confiança é fundamental para o trabalho em equipe, o mesmo já não se pode dizer sobre pôr essa idéia em prática. Confiar implica colocar-se em situação de vulnerabilidade perante aquele em quem se confia, acreditando em suas boas intenções e que ele fará a coisa certa. Por uma questão de economia emocional e autopreservação, as pessoas não saem confiando abertamente em todos que cruzam seu caminho; longe disso, têm critérios muito pessoais e subjetivos, desenvolvidos ao longo da vida, que as levam a decidir confiar ou não. Some-se a isso o fato de que o ambiente empresarial é competitivo, refletindo a realidade do mercado de trabalho e do próprio mundo em que vivemos, e constatamos o quanto a questão é complexa.

Por todas as razões, a idéia de fomentar a confiança entre os membros de uma equipe provoca a inevitável pergunta: como fazer para que as pessoas confiem mais umas nas outras? É certo que a disposição em confiar varia de uma para outra, mas poderíamos dizer que todas são propensas a isso desde que reconheçam no outro certos comportamentos que o qualificam como um indivíduo confiável. Trata-se, portanto, de valorizar e estimular a adoção desses comportamentos, que são:

COMPETÊNCIA - Um conjunto de habilidades, talentos e características que permitem à pessoa ter influência em determinado campo de atuação.

TRANSPARÊNCIA -  A atitude de dizer a verdade e colocar sinceramente as expectativas que se tem em relação ao outro. Em relacionamentos pautados pela transparência, as intenções são claras, não há ocultamento de informação e a comunicação flui bem nos dois sentidos, transmitindo mensagens concretas.

CUMPRIMENTO DE METAS - Trata-se de realizar o que se prometeu ou comprometeu a fazer. Quando a pessoa em quem se deposita confiança sabe qual é a expectativa do outro a seu respeito, ambos podem manter um diálogo a partir do qual o cumprimento da meta é facilitado.

CONSISTÊNCIA - É a característica da pessoa cujas atitudes estão alinhadas com um histórico de condutas passadas. Consistência opõe-se a imprevisibilidade, que é um sério empecilho à confiança.

COMPROMETIMENTO - No aspecto profissional, uma pessoa comprometida atua com auto-responsabilidade, seriedade e emprenho em atingir os resultados esperados. No aspecto pessoal, demonstra interesse e preocupação pelos outros, inspirando-os a confiar nela.

COERÊNCIA - Coerente é a pessoa que faz aquilo que prega, que considera bom para os outros o que considera bom para si mesma. Trata-se do fator mais crítico para a confiança, já que a prática mostra o quanto é dificil para as pessoas serem coerentes.

CUMPLICIDADE - Trata-se de criar algo em comum com o outro, uma relação de parceria e lealdade na qual os objetivos e motivos estão implícitos. A cumplicidade gera o sentimento de que todos estão no mesmo barco.

Acreditamos que uma das chaves para fomentar a confiança nas equipes de trabalho está em visualizá-la, antes de mais nada, como um fator de caráter intrapessoal que repercute nos relacionamentos interpessoais.Há que se considerar também o fator cultura organizacional, que pode ou não favorecer o desenvolvimento da confiança entre os membros de uma empresa. Culturas que utilizam mecanismos de controle externo para manter padrões de conduta são uma ameaça à autonomia das pessoas e dificultam o surgimento de comportamentos baseados em confiança.

A confiança predispõe as pessoas a abrir-se para ouvir e compreender o outro, o que lhes permite criar canais de comunicação, avaliar suas capacidades e assumir uma postura que favorece relacionamentos baseados no ganha-ganha. É por meio dessas atitudes que se consolida a cooperação, sustentada na crença de que ninguém atinge um objetivo sozinho – e, sim, que todos os membros da equipe o atingem juntos. Constituem-se assim equipes caracterizadas pela coesão e pela fluidez dos processos internos, o que sem dúvida tem um impacto sobre seus resultados – não só os relacionados ao trabalho, como produtividade e rendimento, mas também os de caráter psicossocial, como motivação, bem-estar e satisfação. 

 

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