Este artigo foi escrito especialmente para você que assim como eu atua como coach.
Há algum tempo venho me questionando porque algumas pessoas estabelecem conexões tão facilmente com outras pessoas enquanto outras não conseguem se relacionar nem mesmo com aquelas que são mais próximas, mais íntimas.
Quando uma pessoa estabelece uma conexão real e sincera com outra pessoa, consegue dar o máximo de si e com isso, faz com a outra pessoa também dê o melhor de si, potencializando os resultados.
No mundo do futebol é muito comum você ouvir falar daquele jogador que joga para o time, que dá o máximo de si, aquele que “sua a camisa e dá o sangue pelo time”.
Estes jogadores costumam treinar além dos limites, estão comprometidos com a preparação para a partida e tem consciência do que é estar dentro do estádio vivendo intensamente cada minuto do jogo.
O diferencial desses jogadores que fazem a diferença numa equipe é que eles se projetam para a partida.
Eles jogam a jogo antes do apito inicial. Eles jogam antes, durante e depois da partida.
Desde o seu preparo físico quando estão em aquecimento, flexionando e contraindo seus músculos ou fazendo o alongamento, eles já se imaginam dentro do campo disputando o jogo.
É um preparo mental que vai além do preparo físico.
Para estes jogadores vencer o jogo não é o fator principal: o mais importante é estar muito bem preparado para a partida, física e mentalmente.
Eles sabem qual é o melhor ESTADO DESEJADO para a partida e por isso se dedicam intensamente no momento presente, no centramento e aprimoramento do seu ESTADO ATUAL.
O futuro só existirá se o presente for bem trabalhado e daí eles mentalizam este futuro, visualizando-o de forma intensa, positiva e detalhada.
A conquista da vitória no campeonato será uma consequência deste trabalho, desde que eles estejam preparados e, principalmente, tranquilos e seguros pois já analisaram seus pontos fortes e pontos de melhoria, sabem quais são as ameaças e as oportunidades que terão durante a partida.
Neste contexto futebolístico, podemos afirmar que existem também alguns treinadores que preparam suas equipes de futebol para o desenvolvimento deste CAMPO DE TRABALHO que consiste, basicamente, em obter um resultado expressivo através da consciência da responsabilidade coletiva, ou seja: “Eu, como treinador vou dar o melhor de mim e você como jogador vai dar o melhor de si para que juntos possamos estar muito bem preparados para este campeonato.”
Estes treinadores eficazes, verdadeiros coachs, sabem extrair o máximo potencial de suas equipes porque tem a clareza de qual é o OBJETIVO principal do seu trabalho.
Isso faz toda a diferença: saber exatamente qual é o OBJETIVO.
Quando transferimos este cenário do futebol para as organizações empresariais, percebemos que alguns empresários, líderes e gestores também possuem essa mesma percepção e, exatamente por isso, conquistam resultados mais expressivos na sua vida pessoal e profissional.
E como master coach quero fazer uma pergunta para você que atua como coach:
“Como é que você está conduzindo suas sessões de coaching?”
Será que você está sendo como aquele treinador de futebol? Você tem a visão real do objetivo do seu cliente ou será que está mais preocupado com os seus resultados ou em satisfazer as suas necessidades?
Lembre-se: O foco é do cliente e não seu, assim como o resultado.
Como estar preparado para ser, ter e fazer o seu melhor para os seus clientes?
Assim como a figura do treinador de futebol deve ser exemplar servindo de modelo de excelência e superação para os seus jogadores, o coach deve ser uma referência de confiança e credibilidade para os seus clientes.
Neste momento quero reforçar os conceitos de Timothy Gallwey, famoso jogador e treinador de tênis norte-americano e precursor do atual processo de coaching que conhecemos. No seu livro intitulado “O jogo interior de tênis”, ele analisa que quando um treinador imprime sua marca no atleta, ou seja, coloca a sua referência do jogo e dá instruções detalhadas de como sacar ou bater na bola, os jogadores rendem menos pois ficam mais ansiosos em acertar a jogada da maneira como o treinador está orientando e, deste modo, não conseguem mostrar o que fazem de melhor.
Quanto maior for o nível de interferência do treinador menor será o desempenho do atleta.
Para se criar um campo de trabalho para o coaching eficaz, o profissional coach deverá, primeiramente, eliminar qualquer julgamento sobre o seu cliente, deixando-o livre para verbalizar o seu diálogo interior e com isso chegar às próprias conclusões de quais são os seus principais recursos e limites. Deste modo, poderá aprimorar ainda mais o seu desempenho na vida pessoal ou profissional.
Isso promoverá autoconsciência no cliente para que ele próprio consiga conduzir o seu autodesenvolvimento. Já dizia Sócrates “Conheça te a ti mesmo” e é de fundamental importância que o cliente tenha o pleno conhecimento de seus pontos a serem melhorados para a partir destes pontos poder modificar sua relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo à sua volta.
Para que isso ocorra, o coach deve, primeiramente, transmitir ao seu cliente que está preparado e totalmente aberto para ouvi-lo e auxiliá-lo no que for preciso durante todo o processo de coaching.
O coach precisa estar tranquilo e seguro, pois isso também propiciará ao cliente, tranquilidade e segurança para se abrir e estabelecer o elo de confiança durante as sessões.
Esse elo de confiança estabelecido, intima e confidencialmente, entre coach e cliente, forma um campo de trabalho que, sistemicamente, é como um organismo vivo, onde as partes formam um todo em busca de resultados excelentes.
É importante frisar que tanto coach quanto cliente devem estar comprometidos com o processo, cada um dando o melhor de si para os resultados a serem obtidos.
O coach deve estar empenhado em fazer perguntas que gerem reflexões no seu cliente e que o conduzam à ação, ao movimento para a mudança. Já o cliente deve estar comprometido consigo mesmo e com as tarefas que se propõe a executar.
O coach jamais dá respostas ao seu cliente, pois as respostas interferem no desenvolvimento. O coach apenas auxilia o seu cliente a explorar quais são as melhores opções e a aprender com suas próprias respostas, principalmente aquelas exprimidas pelo seu diálogo interno. O importante é tirar o cliente daquele círculo vicioso, onde ele fica limitado às suas crenças e valores que o impedem de crescer e conduzi-lo a um círculo virtuoso, onde a inserção de novos hábitos poderá mudar significantemente sua vida pessoal e profissional.
O grande desafio de qualquer coach, na minha opinião, é fazer com que o seu cliente se descubra e encontre o melhor de si.
Para que isso ocorra, o coach deve estar consciente do seu estado atual nas sessões, deve estar presente e, principalmente, centrado no foco do cliente e nada mais.
É muito comum em alguns momentos das sessões que o coach sinta um certo estresse, pois os clientes estão em um outro estado emocional.
Quando isso acontecer a dica é imediatamente voltar ao seu estado de centramento.
Para fazer isso busque a sua percepção corporal. Por exemplo, se você sentir uma tensão na região dos ombros, relaxe os ombros. Se sentir que está sentado com uma postura rígida ou desconfortável na cadeira, solte sua musculatura e respire. Fazendo isso, você irá se tranquilizar e conseguirá manter o campo aberto para a continuidade do trabalho de coaching.
Se isso persistir, indico que você solicite ao seu cliente que também faça a mesma coisa, até para que ocorra a quebra do estado emocional dele. Isso mostrará que você está percebendo o estado do cliente e com sua empatia poderá auxiliá-lo a reestabelecer a segurança e a tranquilidade necessárias para continuar a sessão.
Se necessário, faça uma pausa e reinicie a sessão, pois esta conexão fará com que seu cliente sinta-se completamente comprometido com o processo e, deste modo, com mais segurança e tranquilidade, encontrar os recursos que tanto necessita para atingir resultados excelentes em sua vida pessoal e profissional.
Concluindo: o importante é manter a qualidade e a excelência deste campo de trabalho para o coaching eficaz, ampliando cada vez mais esta conexão de intensa afinidade entre você e o seu cliente, obtendo uma excelente performance na sua próxima sessão de coaching. Sucesso!
O campo de trabalho para o coaching eficaz
Por
Este artigo foi escrito especialmente para você que assim como eu atua como coach.
