O outro lado do mundo

Infelizmente muitos brasileiros ainda desvalorizam seu próprio país. Diante de qualquer coisa que não funcione como gostaríamos, sempre tem alguém que comenta: “Eta, Brasil!”

Acabo de regressar de uma viagem de um mês China e à Índia. Nada como sair um pouco do Brasil para conhecê-lo e amá-lo ainda mais.

Minha maior expectativa era conhecer a China. As empresas e os governos do mundo inteiro estão olhando com interesse e curiosidade para aquele imenso país, onde vivem mais de 2 bilhões de pessoas, o que representa nada menos que 1/3 de toda a humanidade, ou seja, um enorme mercado para importar produtos, um dos países mais poderosos do mundo. E eu queria ver isso de perto.

Como fui professor de História por muitos anos, antes de me dedicar à consultoria e palestras para empresas, sempre achei notável o fato de que inúmeros avanços importantíssimos já existiam lá muitos séculos antes de serem conhecidos pelos outros povos. Eles inventaram a pólvora, o papel e a imprensa, a porcelana, a bússola, a seda e o macarrão. Em 1500, o Brasil ainda estava nascendo e Pequim era a maior cidade do mundo. Naquele mesmo ano, mais de 2 mil sábios chineses fizeram uma enciclopédia de 4 mil volumes. Estes são apenas alguns exemplos da sabedoria dos chineses.

Acontece que dou muito valor ao que vejo nas ruas, à expressão das pessoas, ao padrão dos serviços, à qualidade de vida. Essa realidade, para mim, vale mais do que as estatísticas oficiais. O que encontrei por lá?

Um povo tenso e apreensivo. O regime que é um misto de comunismo e capitalismo me deu a impressão de que as pessoas estão andando com o freio de mão puxado. Quase todos vestem roupas escuras. O turismo é uma importante fonte de divisas para eles, mas os cardápios dos restaurantes são todos em chinês e não consegui encontrar nenhum motorista de táxi que falasse outro idioma. A internet é censurada: tentei enviar fotos para o meu site e quase fui preso por estar transmitindo imagens turísticas da China. A policia mantém uma postura excessivamente dura: mesmo quando fora de serviço, os policiais andam pelas ruas marchando e não andando normalmente. O transito é complicadíssimo, com enormes congestionamentos, tanto na capital Pequim quanto nas grandes cidades do interior que visitei. Além disso há problemas ambientais gravíssimos. Conforme as declarações de um técnico do Ministério do Meio Ambiente, Pan Yue, em entrevista à revista alemã Der Spiegel, a chuva ácida, decorrente da poluição, cai sobre um terço do território chinês e metade das águas dos sete maiores rios está completamente inutilizável, enquanto um quarto da população não possui acesso à água potável.

Depois de ir à China, passei alguns dias na Índia, um país de tradições riquíssimas, que foi colonizado pelos ingleses e teve sua independência liderada por uma das maiores figuras humanas que o mundo já conheceu: Mahatma Ghandi. Mas o que vi ao andar pela Índia?

Um trânsito inacreditavelmente caótico. Ninguém respeita nada, não existe preferencial, todos os veículos vão entrando de qualquer jeito e os pedestres andando pelo meio deles… Curiosamente, dizem que o índice de acidente é mínimo. Se for verdade, não sei como explicar. Viajando pelo interior da Índia para visitar o majestoso palácio Taj Mahal, o que vi nos campos foi uma agricultura rudimentar. Nas cidades, muitos lugares sujos e uma população extremamente pobre, com um número enorme de pedintes.

Peço desculpas aos leitores chineses e indianos, ou que sejam descendentes desses povos tão honrados. Os brasileiros, por tradição, recebem de braços abertos os estrangeiros, turistas ou imigrantes, que são dignos do nosso respeito. Minha única intenção, ao escrever os comentários acima, é lembrar que este nosso Brasil é um país maravilhoso.

Temos tudo para valorizar o que é nosso. Nosso povo é bem humorado, nossas mulheres são lindas, têm charme e usam roupas alegres, coloridas. Nosso clima é maravilhoso. As diferentes etnias e religiões convivem pacificamente. Até mesmo o trânsito da Av. Marginal, em São Paulo, às 6 da tarde, é uma maravilha, em comparação ao que vi naqueles dois países…

E apesar dos impostos e dos juros, apesar das dificuldades econômicas, qualquer um de nós tem possibilidade de ser um empreendedor, de abrir o próprio negócio, ou de ser um autônomo de sucesso. Devemos dar valor a isso!

Infelizmente muitos brasileiros ainda desvalorizam seu próprio país. Diante de qualquer coisa que não funcione como gostaríamos, sempre tem alguém que comenta: “Eta, Brasil!” Tenho certeza de que você, leitor, pode se lembrar de várias situações em que ouviu esse tipo de deboche.

Realmente nós temos muitos problemas. Pode ser que você mesmo, ou algum amigo seu, nos últimos dias, tenha sido assaltado em um cruzamento, ou esteja no limite do cheque especial sabendo que nem adianta “levantar o traseiro” em busca de juros menores como sugeriu o presidente. Pode ser que você tenha alguém desempregado na família, ou seja obrigado a morar com a sogra, ou o cachorro do vizinho não pare de latir a noite inteira. Pode ser que seu atual chefe seja um chato. Ou seu salário acabe muito antes do fim do mês. E sua mulher fique dizendo que você trabalha muito e ganha pouco… Pode ser que os problemas sejam muitos, porém, mesmo assim, não deixe de ser positivo. Acredite no seu país, acredite em você mesmo e dê o melhor de si. Ao levantar de manhã, lembre-se de que você é capaz de viver um ótimo dia. Repita diante do espelho: “Hoje será um ótimo dia” . Responda assim quando lhe cumprimentarem dizendo “bom dia”. Acredite no seu potencial e seja grato por ter nascido neste país que nasceu para ser grande e próspero.

Receba mais conteúdo de Prof. Gretz em seu e-mail!

De acordo com a lei 12.965/2014 e 13.709/2018, autorizo a Amplatitude a enviar comunicações por e-mail ou qualquer outro meio e concordo com a sua política de privacidade

Topo

Hey! Não perca nossas novidades!

Se inscreva abaixo e receba os melhores conteúdos gratuitos para seu desenvolvimento, promoções, eventos online e muito mais!

De acordo com a lei 12.965/2014 e 13.709/2018, autorizo a Amplatitude a enviar comunicações por e-mail ou qualquer outro meio e concordo com a sua política de privacidade